A
Cúpula dos Povos é um evento paralelo à Rio+20, organizado por entidades da
sociedade civil e movimentos sociais de vários países. O evento acontecerá
entre os dias 15 e 23 de junho no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro, com o
objetivo de discutir as causas da crise socioambiental, apresentar soluções
práticas e fortalecer movimentos sociais do Brasil e do mundo.
O
evento recebeu quase 23 mil inscritos, dos quais foram selecionados 15 mil
representantes da sociedade civil, vindos de várias partes do mundo, em
especial das Américas, Europa e norte da África. As inscrições individuais de
pessoas interessadas em participar das atividades da Cúpula foram abertas em 29
de maio. Apesar de não ser obrigatória, uma contribuição de R$ 10 poderá ser
feita pelos inscritos.
A
programação da Cúpula dos Povos será dividida em vários eventos. O principal
espaço político será a Assembleia Permanente dos Povos, onde serão realizadas
atividades propostas por organizações ou movimentos sociais. Essas ações vão
desde seminários, debates e oficinas até palestras, rodas de conversa e
encontros. As inscrições para propostas encerraram-se no dia 5 de maio, com 1,1
mil atividades sugeridas, que seguirão para plenárias e assembleias.
As
ações da cúpula serão norteadas por três eixos. Com a vertente de discussão das
causas estruturais das crises e de falsas soluções, o evento pretende tratar os
problemas sociais e ambientais chamando atenção para o poder de interferência
das corporações e da iniciativa privada nas negociações da Rio+20.
Na
opinião dos movimentos sociais envolvidos na Cúpula dos Povos, a pauta prevista
para a Rio+20 oficial, a chamada economia verde, é considerada insatisfatória
para lidar com a crise ambiental. Esse evento paralelo tem como objetivo dar
voz às comunidades diretamente ligadas às regiões mais afetadas pelos problemas
socioambientais da atualidade.
O
segundo eixo é focado na apresentação de soluções e novos paradigmas dos povos.
Para isso, será montado um segundo espaço, chamado de Território do Futuro.
Nele, entidades e comunidades farão troca de saberes e educação popular e
apresentarão experiências e práticas como solução para crises globais e
construção da justiça social e ambiental.
As
inscrições para os Territórios do Futuro também se encerraram em 5 de maio. As
experiências serão expostas não só no Aterro do Flamengo, como em outros locais
do Rio de Janeiro.
Por
fim, por meio do terceiro eixo, de estimulo à articulação de organizações e
movimentos para a luta social pós-Rio+20, a cúpula vai incentivar os grupos a
integrarem agendas e campanhas. Haverá também espaço para atividades culturais
e expressões populares. As inscrições se encerraram em 20 de maio.
O
grupo responsável pela organização da Cúpula dos Povos é o Comitê Facilitador
da Sociedade Civil Brasileira para a Rio+20 (CFSC). O comitê reúne uma grande
diversidade de organizações brasileiras atuantes em várias áreas como direitos
humanos, desenvolvimento, trabalho, meio ambiente e sustentabilidade.
O
comitê é formado pelo Grupo de Articulação (GA), responsável pelas decisões e
direcionamento político da Cúpula dos Povos; e o Grupo de Trabalho (GT), que
planeja a metodologia, mobilização e comunicação da cúpula, além de sua relação
com a Rio +20.