FOTO: HIGOR GONÇALVES
Por Clara Cavalcanti
O biodigestor sertanejo
acaba de ser incluído no “Banco de Dados da ONU/Habitat para Melhores
Práticas”. Além de um importante reconhecimento internacional, a entrada do
biodigestor nesse rol permitirá que milhares de pessoas e organizações ao redor
do mundo tenham acesso e possam replicar a tecnologia de convivência com o
Semiárido adaptada pela Diaconia, que permite a produção de gás de cozinha
(biogás) a partir das fezes produzidas pelo gado e outros animais.
Vencedor do Prêmio Caixa
Melhores Práticas (2011/2012), o biodigestor sertanejo também concorreu como
finalista, em dezembro passado, ao Prêmio Internacional de Dubai de Melhores
Práticas. A premiação, promovida a cada dois anos pela ONU/Habitat em parceria
com a Municipalidade de Dubai/Emirados Árabes, é reconhecida mundialmente por
estimular experiências para melhoria das condições de vida nos assentamentos
humanos. Foi através dessa participação que o projeto “Biodigestor: um jeito
inteligente de cuidar do meio ambiente”, assinado pela Diaconia, chegou ao
Banco de Dados da ONU/Habitat.
Em sua 9ª edição, o concurso
de Dubai recebeu cerca de 360 projetos, inscritos por diversos países, sendo 30
apenas pelo Brasil. As práticas finalistas foram avaliadas por um júri a partir
de critérios como impacto, sustentabilidade e parceria, potencial de inovação,
replicação e contribuição para a promoção da igualdade de gênero e inclusão
social. A premiação contemplou 12 projetos, que receberão, no início deste ano,
troféu, certificado e US$ 30 mil. O biodigestor sertanejo foi classificado
entre as oito melhores práticas do Brasil.
“Ficamos felizes em figurar
como finalistas na premiação e, principalmente, por ingressar no banco de dados
da ONU/Habitat. Essa conquista reforça o sentimento de estarmos contribuindo
para a melhoria da qualidade de vida das pessoas e, também, com o meio ambiente
em todo o mundo”, afirmou o coordenador da Unidade Territorial da Diaconia em
Afogados da Ingazeira, Mario Farias.
Projeto
O projeto da Diaconia
retrata como o biodigestor sertanejo vem transformando a vida de famílias
agricultoras em Afogados da Ingazeira, no Sertão do Pajeú de Pernambuco. Com a
utilização do gás produzido a partir das fezes de animais, essas famílias
conseguem uma economia real de aproximadamente R$ 40 por mês, quantia que faz
toda a diferença em uma região (Semiárido) responsável por 58% da população
pobre do País. Além disso, ao utilizar o
biogás, as famílias reduzem drasticamente o desmatamento de árvores da Caatinga
para coleta de lenha e produção de carvão vegetal, eliminam o uso do gás
butano, dispõem de insumos para a fertilização do solo, entre outros benefícios.
fonte: Diaconia