Nossa história de amor recebeu cortes
Como fazem no terror das ditaduras
Censuradas pra nós as cenas puras
Picotadas também as cenas fortes
E os pedaços do filme nos recortes
Não contavam de todo o amor vivido
Antes nós a tivéssemos resistido
Para vermos a cena mais completa
Nosso amor tem sinopse incompleta
Na carcaça de um filme proibido
Um romance de enredo tão bonito
Corrompido pela crítica pequena
Que julgava do amor a bela cena
E proibido, o filme ficou restrito.
No telão só passavam o delito
Que as duas almas haviam cometido
Com o fim prematuro decidido
E na tela uma mensagem indireta
Nosso amor tem sinopse incompleta
Na carcaça de um filme proibido
No cinema do amor já sem ingressos
O bilhete custando 'olhos da cara'
Atrasados para ver a cena rara
Desses dois criminosos réus confessos
Esses filmes de amores são sucessos
E a plateia aguardava o rugido
Do leão da Metro e o tinido
Da moeda que a pipoqueira engaveta
Nosso amor tem sinopse incompleta
Na carcaça de um filme proibido
Dois atores encenando no sertão
Um 'Romeu e Julieta' sertanejos
Davam tantos abraços, tantos beijos
Que a plateia vibrava de emoção
Sem saber o que ia no coração
Os atores seguiam o texto batido
Sem ligar para um peito ferido
Só cumprindo do script a sua meta
Nosso amor tem sinopse incompleta
Na carcaça de um filme proibido
Mas o ator apaixonou-se pela atriz
Resistindo, porém àquele enredo.
Por motivos diversos e por medo
Não diziam o que o script diz
Que se amavam e num final feliz
Sem haver cortes no filme exibido
Só depois de um beijo acontecido
Já na última cena, a mais secreta.
Esse amor tem sinopse incompleta
Na carcaça de um filme proibido
Como fazem no terror das ditaduras
Censuradas pra nós as cenas puras
Picotadas também as cenas fortes
E os pedaços do filme nos recortes
Não contavam de todo o amor vivido
Antes nós a tivéssemos resistido
Para vermos a cena mais completa
Nosso amor tem sinopse incompleta
Na carcaça de um filme proibido
Um romance de enredo tão bonito
Corrompido pela crítica pequena
Que julgava do amor a bela cena
E proibido, o filme ficou restrito.
No telão só passavam o delito
Que as duas almas haviam cometido
Com o fim prematuro decidido
E na tela uma mensagem indireta
Nosso amor tem sinopse incompleta
Na carcaça de um filme proibido
No cinema do amor já sem ingressos
O bilhete custando 'olhos da cara'
Atrasados para ver a cena rara
Desses dois criminosos réus confessos
Esses filmes de amores são sucessos
E a plateia aguardava o rugido
Do leão da Metro e o tinido
Da moeda que a pipoqueira engaveta
Nosso amor tem sinopse incompleta
Na carcaça de um filme proibido
Dois atores encenando no sertão
Um 'Romeu e Julieta' sertanejos
Davam tantos abraços, tantos beijos
Que a plateia vibrava de emoção
Sem saber o que ia no coração
Os atores seguiam o texto batido
Sem ligar para um peito ferido
Só cumprindo do script a sua meta
Nosso amor tem sinopse incompleta
Na carcaça de um filme proibido
Mas o ator apaixonou-se pela atriz
Resistindo, porém àquele enredo.
Por motivos diversos e por medo
Não diziam o que o script diz
Que se amavam e num final feliz
Sem haver cortes no filme exibido
Só depois de um beijo acontecido
Já na última cena, a mais secreta.
Esse amor tem sinopse incompleta
Na carcaça de um filme proibido
Glosas: Pedro Torres
Mote: Mariana Véras
Mote: Mariana Véras
fonte: decanto de poetas