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sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Poema de João Paraibano

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Doutor, eu sei que eu errei,
Por dois fatos: dama e porre
Por amor se mata e morre
Eu não morri, nem matei
Apenas prejudiquei
Um ambiente de classe
Depois de apanhar na face,
Bati na flor do meu ramo
Me prenderam porque amo,
Quanto mais se odiasse.

Poeta mesmo ofendido
Ainda oferece afeto
Faz pena dormir no teto
Da morada do bandido
Se humilha, faz pedido
Ninguém escuta a voz sua
Sem ver o sol, nem a lua,
Deixando um espaço aceso,
Pra que um poeta preso
Com tanto ladrão na rua?

Sei que não sou marginal,
Mas por ciúmes de alguém
Bebi pra fazer o bem,
Acabei fazendo o mal
Eu tendo casa, quintal,
Portão, cortina e janela
Deixei pra dormir na cela
Com minha cabeça lesa
Só sabe a cruz quanto pesa
Quem tá carregando ela.

Poeta é como passarinho
Que quando está na cadeia
Sua pena fica feia,
Sente saudades do ninho,
Do calor do filhotinho,
Do fruto da imensidade
Se come, deixa a metade
Da ração que o dono bota
Se canta esquece uma nota
Da canção da liberdade.

Doutor, se eu perder meu nome
Não vejo mais que me empreste,
A minha mulher não veste,
A minha filha não come,
A minha fama se some
Para nunca mais voltar
Não querendo lhe comprar,
Pois humildemente lhe peço
Por favor, rasgue o processo
Deixe o poeta cantar!


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