Seu moço, eu sou a estrada
Que você vive a pisar
Sem a curiosidade
De nem uma vez pensar
Que eu sou a passagem das coisas
Nas devidas direções
Que seguem suas funções
Cada uma em seu lugar.
É por mim que se vai tudo
Mensagem do mal e do bem
Os outros resolvem as coisas
Você resolve também
Eu, lentamente aceitando
Pelo direito e a razão
No corpo imenso da terra
Eu sou um traço no chão
E no livro aberto da vida
Sou ponto de exclamação.
Se às vezes ganho uma roupa
Que tem o nome de asfalto
É pra o longe vir pra perto
Ficando a distância um salto
Dão a mim, brilha nos outros
E não me serve a lordeza
Eu sou o centro econômico
Que leva e traz a riqueza
Veja bem como trabalho
Pra você sem ganhar nada
E disposta a receber
Do mais fraco ao mais possante
Você é o viajante
Seu moço, eu sou a estrada"
Que você vive a pisar
Sem a curiosidade
De nem uma vez pensar
Que eu sou a passagem das coisas
Nas devidas direções
Que seguem suas funções
Cada uma em seu lugar.
É por mim que se vai tudo
Mensagem do mal e do bem
Os outros resolvem as coisas
Você resolve também
Eu, lentamente aceitando
Pelo direito e a razão
No corpo imenso da terra
Eu sou um traço no chão
E no livro aberto da vida
Sou ponto de exclamação.
Se às vezes ganho uma roupa
Que tem o nome de asfalto
É pra o longe vir pra perto
Ficando a distância um salto
Dão a mim, brilha nos outros
E não me serve a lordeza
Eu sou o centro econômico
Que leva e traz a riqueza
Veja bem como trabalho
Pra você sem ganhar nada
E disposta a receber
Do mais fraco ao mais possante
Você é o viajante
Seu moço, eu sou a estrada"
(José Marcolino)
Falar mais o que? O Poema ja diz tudo e diz bem quem foi e ainda é o Poeta Zé Marcolino, a sua capacidade e o seu conhecimento das coisas da vida. Para homenageá-lo, eu fiz um pequeno poema e repassei a Bira Marcolino para que ele faça a melodia. Segue o poema:
ResponderExcluirO FORRÓ SENTE SAUDADE MARCOLINO!
(Chico de Pombal)
Eu não sei se o “Sertão é de Aço”
Se a “Cacimba Nova” já secou
Se o “Matuto Aperreado” no cansaço
Viu que o “Pássaro Carão” não mais cantou
Eu só sei que vou indo passo a passo
No compasso do poeta nordestino
Seus poemas de boa qualidade
Desabrocham meus sonhos de menino
Sua ausência anuncia uma verdade
O forró sente saudade, Marcolino!
O Poeta cantou “No Piancó”
Depois fez um “Pedido a São João”
Pra dançar com seu benzinho um forró
“Numa Sala de Reboco” no sertão
E pediu pra morena “Eu Quero Chá”
É que álcool não comanda sua vontade
Se na “Boca de Caeira” a claridade
Anuncia pra mata seu destino
Sua ausência anuncia uma verdade
O forró sente saudade, Marcolino!
Marcolino “Caboclo Nordestino”
Ao machado mostrou o seu lugar
Lhe fez ver qua a “Pedra de Amolar”
Tem valor quanto tem “Serrote Agudo”
Dividiu o compasso a miúdo
Nos seus versos de imensa densidade
Ao “Projeto Asa Branca” fez alarde
E a “Cantiga de Vem-Vem” um som divino
Sua ausência anuncia uma verdade
O forró sente saudade, Marcolino!
“A Dança do Nicodemos” foi estrondo
Quase “Bota Severina Pra Moer”
Na latada uma casa de “Marimbondo”
Fez da festa um “Forró do Fuzuê”
Até “Eu e Meu Fole” gemedor
Na “Casa de Cantador” fizemos farra
“Rio da Barra” foi so fidelidade
Ao Poeta que até lhe fez um hino
Sua ausência anuncia uma verdade
O forró sente saudade, Marcolino!
“Solidão de Caboclo” é como sina
Faz menina ter “Ciúmes da Lua”
Faz ouvir “Toada de Filismina”
A “Cabocla Matadeira” lá da rua
Transformada na “Flor do Pajeú”
Por um “Santo Fingido” em desatino
E o cheiro da “Flor de Cumarú”
Perfumou o poeta campesino
Sua ausência anuncia uma verdade
O forró sente saudade, Marcolino!