A atual
situação das famílias agricultoras do Nordeste, que vivenciam as consequências
da maior estiagem dos últimos 40 anos, tem comprovado a necessidade de que
sejam implementadas ações estruturantes que possam estabelecer condições
sustentáveis de convivência com o semiárido. Diante dessa conjuntura,
movimentos e organizações da sociedade civil produziram um conjunto de
“Diretrizes de convivência com o semiárido”. O documento será entregue, na
próxima quarta-feira (20), no Auditório G2 da Universidade Católica de
Pernambuco, no Recife, aos governos e ao Poder Legislativo nos níveis
municipais, estaduais e federal. O objetivo é contribuir com a construção de
políticas públicas direcionadas a essa região.
As
diretrizes apresentadas estão relacionadas aos seguintes eixos: tecnologias
sociais; fortalecimento da infraestrutura hídrica e saneamento; reforma agrária
e regularização fundiária; política agrícola, assistência técnica e extensão
rural; educação contextualizada; soberania e segurança alimentar e nutricional;
meio ambiente; e povos e culturas.
A decisão
de reunir parceiros para a construção desse documento foi do Movimento Sindical
dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR), por meio da Federação dos
Trabalhadores na Agricultura do Estado de Pernambuco (Fetape), e da
Arquidiocese de Olinda e Recife. A produção do texto foi subsidiada pelas
experiências de convivência com o semiárido desenvolvidas pela sociedade civil,
nos diferentes estados do Nordeste.
“Temos a
consciência de que as iniciativas estruturantes necessárias para a convivência
com essa região não podem ser fragmentadas, isoladas. Elas precisam ser
trabalhadas na perspectiva da complementariedade, de forma sistêmica e
respeitando as características dos estados, a realidade cultural e os saberes
de suas populações”, afirma o presidente da Fetape, Doriel Barros.
A
expectativa é de que sejam pactuados compromissos para a construção de uma nova
realidade para o semiárido. “A sociedade civil, que tem acúmulos nesse debate e
traz experiências que comprovam essa possibilidade, precisa ver presente, nesse
momento, pessoas e instituições que se comprometam com uma vida digna para as
cerca de 25 milhões de pessoas que vivem nessa região”, completa Barros.
Para o
momento de entrega do documento, além de autoridades governamentais e
parlamentares, são aguardados integrantes de organizações e movimentos sociais,
bispos, padres, famílias agricultoras e lideranças sindicais, representando
diferentes estados do Nordeste.
Autoria - Assinam o documento:
Arquidiocese de Olinda e Recife, Contag, Federações dos Trabalhadores e
Trabalhadoras Rurais dos nove estados do Nordeste, Sindicatos dos Trabalhadores
Rurais (STR), Central Única dos Trabalhadores de Pernambuco (CUT-PE), Articulação
no Semi-Árido Brasileiro (ASA), Cáritas NE2, Centro Sabiá, Instituto Cidadania
do Nordeste, Comissão Pastoral da Terra (CPT) e Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra (MST).
Fonte:http://www.diaconia.org.br/novosite/midia/int.php?id=504