Os governos estadual e federal estão divulgando uma série de medidas para ajudar aos agricultores e pecuaristas neste período de seca. No entanto, não existe uma data limite para que as ajudas comecem a chegar de fato. Ações como a renegociação de dívidas e a Bolsa Estiagem já foram aprovadas, mas segundo a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Norte (FETARN) estão acontecendo de forma muito lenta.
Para o presidente da Fetarn, Ambrósio Lins do Nascimento, essa bolsa não significa a garantia alimentar dos trabalhadores rurais que, sem safra, podem passar sérias necessidades alimentares. A medida pagará R$ 400 aos afetados em cinco parcelas de R$ 80, mas para receber o trabalhador precisa estar inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal.
De acordo com Ambrósio, as famílias que já recebem a Balsa Família, algo em torno de R$ 90, passarão melhor, mas os que só contarão com o auxílio temporário podem até passar fome. "Como é que você vai alimentar uma família com R$ 80?", questiona o presidente.
Outra incerteza é com o seguro-safra que não tem data certa para ser pago. O governo tem garantido que libera o recurso a partir de junho, mas para a Fetarn, na situação em que os agricultores se encontram, não se pode anunciar coisas para datas indefinidas. "As coisas já deveriam estar saindo, mas, por enquanto, estão falando de uma expectativa", reclamou Ambrósio.
Na terça-feira, 8, a Defesa Civil Estadual deu início a uma série de visitas técnicas aos municípios do interior do RN, acometidos pelo desastre da estiagem. O objetivo da visita é verificar, por amostragem, a situação nos municípios, bem como apoiar sobre os procedimentos da situação de emergência.
Porém, esse trabalho vai apenas criar relatórios para, só depois, definir como e quando chegará a ajuda. O próprio representante da Secretaria Nacional de Defesa Civil, Major Michelsen de Faria, disse que não tem previsão de quando as ações diretas começarão a chegar.
Carro-pipa
Como se não bastasse a demora na liberação das medidas, o Programa Carro-Pipa, do Governo Federal, foi suspenso por falta de recursos, deixando milhares de famílias sem expectativa de água. O tenente-coronel de Exército Geraldo Pereira de Almeida Neto, coordenador-geral do Programa Carro-Pipa, na área de atuação da 7ª Brigada de Infantaria, não soube informar quando o serviço será retomado.
Segundo a coordenação estadual do Programa Carro-Pipa, as comunidades rurais são as que recebem mais pedidos de ajuda para abastecer. O Ministério da Integração Nacional informa que o programa de distribuição de água deverá retornar nos próximos dias, devendo apenas superar algumas questões burocráticas.
Fonte: Jornal de Fato