No final da estiagem
O gado dormindo em cima
Do sobejo da pastagem
E um pincel de tinta verde
Como é lindo no inverno
Se avistar filhos e pais
Assoviando na frente
E os filhos cantando atrás
Quebrando o pendão do milho
Pra “boneca” engrossar mais
O rio aumenta as enchentes
Formiga sai da panela
Se avista a borboleta
Beijando a flor amarela
Pedindo licença a pétala
Pra se deitar dentro dela
Em cada cravo despido
Tem quatro patas de abelhas
A grama está mastigada
Em dentadura de ovelhas
A bica enchendo a lata
E o lodo cobrindo
as telhas
(João Paraibano)