Vê-se um homem de riqueza,
Mas que deve a todo mundo.
Vê-se um pobre moribundo
Pagador, sem esperteza...
Vê-se um rico co’avareza,
Que nega até um café
E um pobre no seu chalé
Que o que tem, tudo oferece.
"Um é, porém não parece,
Outro parece e não é."
Vê-se um poeta metido
Com versos fracos demais
Se achando muito sagaz,
Mas de dom bem reduzido.
Já outro vate contido,
Simples da cabeça ao pé,
Nunca faz verso ralé
E quem ouve nunca esquece
"Um é, porém não parece,
Outro parece e não é."
Vê-se um sujeito bem grosso,
Que se mostra bem machista,
Mas longe da nossa vista
É viado até o osso...
Enquanto vê-se outro moço
(Vinicius Gregório)
Fonte: Na cacimba do poesia