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quinta-feira, 26 de abril de 2012

DE GRAÇA, SEM GRAÇA

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Não. Tenho que ir. Minha paciência é muito curta pra agüentar um trânsito tão lento quanto este aqui, da Capital. O para-anda-para sem fim, essa hora e meia perdida de minha casa até o centro da Cidade é uma hora e meia perdida que poderia muito bem ser aproveitada olhando o mar, passeando descalço na areia branca da praia, escutando um Maciel Melo ou um Xangai ou lendo alguma coisa que preste. Que fazer? Voltar pro interior e não sofrer tanto com o caos urbano? Mas, e a Praia, a areia, o sol se pondo onde acaba o mar? É, como tudo na vida, uma questão de escolha entre alternativas que se nos apresentam. O ideal seria um mar no Crato ou um Crato no Recife, com suas ruas desentulhadas de carros, com o poder ir e vir ao centro sem precisar parar a cada 5 metros e, enquanto isso, ingerir tudo que a poluição nos oferece, de graça. Sem a menor graça.


Fonte: Na cacimba da poesia

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