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terça-feira, 4 de setembro de 2012

Agricultores agroecológicos conquistam certificação internacional

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Por Marcelle Honorato


Um suco de manga no final da tarde, um jantar caprichado com macaxeira depois de um dia de trabalho ou um doce de mamão depois do almoço. Não percebemos, mas essas simples atitudes escondem um grande vilão: os agrotóxicos, venenos químicos usados para acabar com pragas que podem destruir a produção dos alimentos. Porém, a quantidade de veneno utilizada pelo agronegócio é tão grande que esses agrotóxicos continuam nos alimentos quando chegam à mesa, e, consequentemente, são consumidos pela população.

De acordo com a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), o uso do agrotóxico no Brasil aumentou e passou de 599,5 milhões de litros no ano de 2002 para 852,8 milhões de litros em 2011. Segundo o mesmo documento, um terço dos alimentos consumidos cotidianamente pelos brasileiros está contaminado por agrotóxicos. Hoje, o desafio é promover e fortalecer uma agricultura que não utilize agrotóxico e gere saúde para as pessoas do campo e da cidade que consomem e produzem os alimentos. 

Um grupo de 110 famílias agricultoras do Rio Grande do Norte não só aceitou o desafio de produzir agroecologicamente, ou seja, sem venenos químicos, como fez questão de comprovar a qualidade do seu produto por meio de um certificado internacional. Agora as pessoas que moram na cidade de Apodi (RN) e nos municípios vizinhos podem comprar macaxeira, manga, goiaba, pinha, acerola, mamão, caju, milho, algodão, feijão, gergelim, melancia, jerimum, feijão-guandu e batata-doce produzidos sem agrotóxicos. Conquistar esse certificado significa atestar a qualidade de uma produção saudável para o meio ambiente e para as pessoas que consomem o alimento e afirmar que o produto atende aos padrões internacionais de qualidade. “A grande importância dessa conquista é poder atestar a qualidade da produção das famílias, desmistificar a certificação e fazer com que as famílias percebam a oportunidade de participar de vários momentos de capacitação, compreendendo e colaborando no processo de coleta de informações sobre a sua propriedade e produção”, explica a assessora político-pedagógica da Diaconia, Hesteólivia Shyrlley. 

Por questões burocráticas, a certificação fica no nome da Cooperativa Potiguar de Apicultura e Desenvolvimento Rural e Sustentável (Coopapi), organização guarda-chuva que realiza o Projeto do Algodão Agroecológico e Consórcio e apoia os produtores de castanha, caju e mel. Entretanto, a conquista pela certificação concedida pelo Instituto Biodinâmico Certificações (IBD) é de cada agricultor e agricultora que se esforçaram durante todo o ano de 2011/2012 para produzir, coletar e supervisionar a produção de alimentos de forma qualitativa. 

Dessas 110 famílias certificadas, 50 são apoiadas pelo Projeto Dom Helder Câmara (PDHC), 45 são produtoras de castanha-de-caju e são assessoradas pela Coopapi e 15 são assessoradas pela Diaconia com algodão agroecológico. Segundo Shyrlley, a organização desses grupos, o interesse da Coopapi em envolver famílias e parceiros e a parceria com o PDHC motivaram, estimularam e alavancaram esse processo amplamente. A certificação vem em um momento importante, um ano de grande estiagem, o que significa muito para as famílias produtoras. Com essa conquista, os agricultores e as agricultoras poderão acrescentar até 30% do valor de mercado para seus produtos certificados quando comercializados. 

Acopasa – Estimulados pela conquista da certificação e vislumbrando mais conquistas na produção de alimentos agroecológicos, agricultores do território do Sertão do Apodi (RN) criaram, este mês, a Associação de Certificação Orgânica Participativa do Sertão do Apodi (Acopasa). A iniciativa é importante e histórica para os agricultores que pretendem consolidar um trabalho de certificação orgânica participativa de produtos oriundos da agricultura familiar.

Com essa associação, os agricultores geram mais confiança no processo de produção de alimentos e demonstram que estão em conformidade com a lei dos orgânicos, possibilitando a comercialização dos produtos da agricultura familiar em diversos tipos de mercado, gerando inclusão social e renda a partir de sistemas produtivos mais sustentáveis. A Acopasa reúne 15 núcleos locais de produção distribuídos em cinco municípios do território do Sertão do Apodi. 

Após credenciamento junto ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), a Acopasa poderá conferir certificação e selo orgânicos à produção de seus integrantes por meio de um Sistema Participativo de Garantia (SPG) da Conformidade Orgânica. Esse selo orgânico e a marca da Acopasa serão utilizados nas embalagens dos produtos certificados, habilitando sua comercialização como orgânico. 

Fonte: Diaconia.org.br

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