Essa recebemos como comentário do poeta Chico de Pombal
Eu não sei se o “Sertão é de Aço”
Se a “Cacimba Nova” já secou
Se o “Matuto Aperreado” no cansaço
Viu que o “Pássaro Carão” não mais cantou
Eu só sei que vou indo passo a passo
No compasso do poeta nordestino
Seus poemas de boa qualidade
Desabrocham meus sonhos de menino
Sua ausência anuncia uma verdade
O forró sente saudade, Marcolino!
Eu não sei se o “Sertão é de Aço”
Se a “Cacimba Nova” já secou
Se o “Matuto Aperreado” no cansaço
Viu que o “Pássaro Carão” não mais cantou
Eu só sei que vou indo passo a passo
No compasso do poeta nordestino
Seus poemas de boa qualidade
Desabrocham meus sonhos de menino
Sua ausência anuncia uma verdade
O forró sente saudade, Marcolino!
O Poeta cantou “No Piancó”
Depois fez um “Pedido a São João”
Pra dançar com seu benzinho um forró
“Numa Sala de Reboco” no sertão
E pediu pra morena “Eu Quero Chá”
É que álcool não comanda sua vontade
Se na “Boca de Caeira” a claridade
Anuncia pra mata seu destino
Sua ausência anuncia uma verdade
O forró sente saudade, Marcolino!
Marcolino “Caboclo Nordestino”
Ao machado mostrou o seu lugar
Lhe fez ver qua a “Pedra de Amolar”
Tem valor quanto tem “Serrote Agudo”
Dividiu o compasso a miúdo
Nos seus versos de imensa densidade
Ao “Projeto Asa Branca” fez alarde
E a “Cantiga de Vem-Vem” um som divino
Sua ausência anuncia uma verdade
O forró sente saudade, Marcolino!
“A Dança do Nicodemos” foi estrondo
Quase “Bota Severina Pra Moer”
Na latada uma casa de “Marimbondo”
Fez da festa um “Forró do Fuzuê”
Até “Eu e Meu Fole” gemedor
Na “Casa de Cantador” fizemos farra
“Rio da Barra” foi so fidelidade
Ao Poeta que até lhe fez um hino
Sua ausência anuncia uma verdade
O forró sente saudade, Marcolino!
“Solidão de Caboclo” é como sina
Faz menina ter “Ciúmes da Lua”
Faz ouvir “Toada de Filismina”
A “Cabocla Matadeira” lá da rua
Transformada na “Flor do Pajeú”
Por um “Santo Fingido” em desatino
E o cheiro da “Flor de Cumarú”
Perfumou o poeta campesino
Sua ausência anuncia uma verdade
O forró sente saudade, Marcolino!
(Chico de Pombal)