Caso se confirme a previsão meteorológica, os agricultores não devem ficar animados quanto ao período chuvoso deste ano. É que deve chover pouco no Dia de São José, amanhã. Segundo o boletim oficial da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), a expectativa é que ocorram chuvas fracas em todas as regiões do Estado.
Apesar da previsão, os agricultores esperam que chova bem no dia do padroeiro. É que, segundo a crença sertaneja, o ano é de bom inverno para a agricultura quando chove no Dia de São José. Porque a data é próxima da passagem do verão para o outono, quando o milho é plantado e, se chover nos três meses seguintes, a colheita será farta no São João.
No caso específico de Mossoró, a previsão é de pancadas de chuvas no Dia de São José, com chuvas irregulares, segundo o professor José Espínola Sobrinho, do Departamento de Climatologia da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa). "Chuvas irregulares significam que pode chover no Alto de São Manoel, e não no Centro", explica.
Ele reforça que, para os agricultores, a expectativa não é muito boa, pois a previsão indica chuvas rápidas e irregulares, na média ou abaixo da média. "Com base nisso, o aconselhável são culturas de ciclo curto, como feijão", recomenda, justificando que a previsão é: chuvas na média (40%); abaixo da média (35%) e acima da média (25%).
O desempenho das chuvas este ano em Mossoró também justifica o pessimismo. No acumulado de 2012, as precipitações têm sido abaixo da média histórica. Ainda segundo o setor de Climatologia da Ufersa, choveu 29mm em janeiro, enquanto historicamente chove 60mm; em fevereiro, 68mm (média histórica de 103mm) e março 10mm (até sexta-feira, 16), enquanto a média histórica é de 167mm. "E, provavelmente, março vai continuar abaixo da média", prevê José Espínola.
Em relação a todo o Rio Grande do Norte, segundo o relatório do setor de meteorologia da Empresa de Pesquisa Agropecuária (Emparn), as chuvas no Rio Grande do Norte ocorrerão de forma normal, o que significa que as chuvas poderão ter distribuição regular em todas as regiões do Estado.
Ainda conforme a Emparn, algumas áreas poderão ter mais chuvas; outras, menos. Mas devem ser suficientes para atingir as condições de normalidade, em torno de 600 a 650 milímetros ao final do período chuvoso. Essa conclusão foi tirada na IV Reunião de Análise Climática para a Região Nordeste do Brasil, nos dias 17 e 18 de fevereiro, em Natal.
O evento reuniu meteorologistas dos núcleos estaduais do Nordeste, para fazer a previsão climática para o período chuvoso da região. Relatório resultante da reunião foi encaminhado para o Governo do Estado, a fim de orientar políticas públicas para este ano, sobretudo nas áreas de agricultura, recursos hídricos e Defesa Civil.
Fonte: O Mossoroense